domingo, 31 de maio de 2015

Tirando do Plástico #2

Atendendo à convocação feito pelo Escapista Luiz, apresento aqui minhas últimas aquisições para esta segunda edição do Tirando do Plástico.




Junto com o Fábulas 20 que resenhei há algumas semanas, recebi num pacote da Liga HQ o sétimo volume de O Inescrito. Minha leitura da série, cujo último volume públicado foi o de número 10 (um crossover com Fábulas que estou louco para ler), está atrasada, devido a um problema que atrasou o lançamento do quarto volume nas praças setorizadas em quase um ano. Agora em junho, devo adquirir os três volumes que me faltam.

Sobre Tommy Taylor e a Guerra de Palavras - Parte 1.5, é um interlúdio com edições especiais que promovem uma pausa na saga de Tom/Tommy, mostrando aparições, em diferentes momentos da história, de Pullman e outros personagens da saga (alguns deles bem mais antigos do que se pensa). Este não é um volume oficial da coleção original, mas lançá-lo foi uma boa iniciativa da Panini - e é sempre bom ver mais capas desenhadas por Yuko Shimizu.




Minha cota de títulos mensais caiu drasticamente. Hoje em dia, só insisto em Batman e Liga da Justiça.

A primeira, porque está numa das melhores fases deste século, com Scott Snyder e Greg Capullo escrevendo seus nomes a ferro e fogo na história do Morcego. O longo Ano Zero foi qualquer coisa de sensacional. A escrita de Francis Manapul e Brian Buccellato em Detective Comics, segunda metade da revista, é digna e não compromete, mas prefiro o Manapul ilustrador ao escritor.

A revista da Liga ainda tem minha simpatia por causa da série principal. Apesar da leveza reinante e da sensação de leitura-pipoca, é divertida e Geoff Johns sempre tem desenhistas decentes ao seu dispor (quem comanda os lápis agora é Doug Mahnke, um de meus favoritos da "segunda divisão"). Liga da Justiça Unida, de Jeff Lemire, carece de brilho. Não é dos momentos mais inspirados de Lemire e tem o genérico Mike McKonne nos desenhos. Aquele tipo de HQ que faz a gente dizer "nhé, legalzinho" e nada mais.




Os especiais desta semana foram Batman Eterno 16 e Fim dos Tempos 1.

A longa (52 edições) bat-saga é bem bacana, apesar de alguns capítulos bisonhos (o que foi aquela edição 11, hein?). A nova dinâmica da relação entre a polícia de Gotham e o Batman, com Jason Bard no lugar do aprisionado Gordon, já teve belos momentos aqui.

Fim dos Tempos, apesar da temática de volta ao passado para mudar o futuro, não parece ter chegado para promover reboot de qualquer tipo. O futuro foi dominado pelo Irmão Olho e o passado ao qual Terry McGinnis volta está cinco anos à frente da atual cronologia. Por isso, ninguém vai dar importância à morte de qualquer herói - e um figurão já bate as botas nesta edição. Comparando ao circo, é como trapézio sem salto triplo e com rede de segurança. Safadinha, essa DC.




Com o fenômeno Vingadores varrendo o planeta pela segunda vez, a Rolling Stone Brasil de maio meteu o Hulk em sua capa - e ficou muito bacana! Agora em tamanho padrão, a RS resistiu às previsões mais pessimistas desde seu lançamento. Segue firme, forte e interessante, enquanto a segunda encarnação da Bizz e a Billboard Brasil já bateram as botas.

Eu já tinha visto Círculo de Fogo duas vezes: uma no cinema (em maravilhoso 3D), outra em blu-ray alugado. Baratinho que estava nas Americanas (R$ 29,90), não resisti a ter o filmaço na prateleira.




Por fim, tirei da caixa e do plástico o aparelho que fez estas fotos, um Moto X. Até a semana passada, eu portava um Moto G que me atendia perfeitamente, mas uma quedinha besta rachou a tela de cima abaixo. Enquanto a sensibilidade não era afetada, usei-o enquanto podia, mas quando passei a perder ligações importantes que não conseguia atender ou sofrer pra digitar qualquer palavra no WhatsApp, tive que correr pra pegar um celular funcional. Estava em promoção e a diferença nas parcelas, em relação ao Moto G, era pequena, por isso o upgrade.

Nota de falecimento: hoje, uma prateleira de meu armário de HQs desabou. Desalojadas, minhas crianças choram. Acho que vou ter que tirar um armário do plástico em breve.

Dogg, passo a bola!

sábado, 30 de maio de 2015

Tirando do Plástico #1

A ideia por trás do “Tirando do Plástico” foi surrupiada dos unboxingsque, bem ou mal, são uma verdadeira febre na rede – e tem o escopo de apresentar aos leitores nossas últimas aquisições e primeiras impressões sobre livros, quadrinhos, colecionáveis, gadgets, CDs, DVDs, Blurays, etc. Enfim, tudo aquilo que desembolsamos alguns Dilma$ ou, vá lá, usucapimos quando ninguém estava olhando. 

2x10!”, por Sam Hart e Will; 
One Shooter”, por Danilo Beyruth: 

Trata-se de dois fanzines e acabo de recebê-los pelo correio, uma cortesia do Reginaldo Yeoman, um irmão de armas do extinto e saudoso Blogzine, mas, felizmente, ainda tão presente nas esquinas da internet quanto no passado. O primeiro material, 2x10!, foi um projeto conjunto dos artistas Sam Hart e Will que alcançou êxito em sua campanha no Catarse; o segundo, o One Shooter, do badaladíssimo Danilo Beyruth (Necronauta, Bando de Dois, Astronauta), é uma coletânea de oito contos em vinte e quatro páginas, cuja leitura se concretizará daqui a exatos quinze minutos. Ambos foram lançados na Comic Con Experience (CCXP 2014)

Cavaleiro da Lua: Recomeço #2", por Brian Bendis e Alex Maleev; 
Quarteto Fantástico: Imaginautas”, por Mark Waid e Mike Wieringo: 
 Já faz um algum tempo que o texto de Brian Bendis não me é tão palatável quanto outrora, mas quando a gororoba tem o tempero búlgaro de Alex Maleev, sem chance de não rolar uma degustação. E não é que estava errado? Digo, a arte do Alex continua sublime, me refiro ao roteiro do Brian, que utiliza a esquizofrenia de Mark Spector como um interessante recurso narrativo, sobretudo com as três personas que vivem atormentando o Cavaleiro da Lua

Antes de tudo, tome isso como um favor pessoal aos Escapistas: compre seuQuarteto Fantástico: Imaginautas”, se possível, dois! Se não gostas da equipe, tudo bem, até posso viver com isso, mas estamos falando de MarkReino do Amanhã/DemolidorWaid e isso deveria ser o bastante para você gastar o troco do pão nesse encadernado e garantir que a Panini vá até o fim nessa publicação¹. Isto é, num universo perfeito, seriam seis volumes. Portanto, conto com vocês! 

¹ A Salvat lançou recentemente a sequência desse TPB em HC, “Quarteto Fantástico: Inconcebível”, contudo espero que eventualmente a Panini publique sua própria versão, até para fins de padronização. Sei o que você está pensando: “Vai sonhando, Luwig!” 

Justiceiro #5: Dispensado da Missão”, por Ben Acker, Ben Blacker e Carlos Barberi; 

O Mundo de Aisha”, por Ugo Bertotti e Agnes Montanari; 
A Saga do Monstro do Pântano #4”, por Alan Moore, Stephen Bissette, Rick Veitch e John Totleben: 
 Caí no conto do vigário nessa edição #5 do Justiceiro. Comprei na pré-venda sem saber qualquer informação acerca do conteúdo, pensando que fosse o início da fase de Nathan Edmondson. Ledo engano, na verdade se trata de um encadernado dos Thunderbolts (#27-32) em sua formação mais absurda: Frank, Elektra, Motoqueiro Fantasma, Hulk Vermelho e Deadpool

Tão logo coloquei minhas mãos em O Mundo de Aisha, já fui iniciando sua leitura. E mesmo sem chegar até o final, garanto lhes que é coisa finíssima. Trata-se de um mix de fotodocumentário e quadrinho – tal como O Fotógrafo de Emmanuel Guibert – que pega emprestado a estrutura de contos para narrar a história verídica de Aisha, Houssen, Ghada, Ouda, Fatin e outras mulheres iemenitas que insurgem silenciosamente contra a cultura conservadora de seu país. Assim que finalizá-lo, farei uma resenha específica no P.E.M

Polêmicas pisa-britescas à parte, eis que já vamos na quarta marcha dessa Saga do Monstro do Pântano. Eu que não sou bobo nem nada, tão logo engatei essa última, já fui logo passando a quinta (de seis) numa pré-venda aí da vida. Antevendo o melhor cenário, acredito que até janeiro de 2016 estaremos com o Graal completinho e fazendo inveja aos paspalhos que se submeterão as tortura$ dos Mercenários Livres

"Coleção Histórica Marvel: Os Vingadores #5", por Vários: 
 Essas Coleções Históricas Marvel vieram para ficar. Compilações sem firulas de períodos clássicos do Universo 616, com preços acessíveis e boxes práticos que são uma verdadeira mão na roda na hora de organizar a estante. É bem verdade que esses estojos não são exatamente unanimidades, mas pessoalmente, venho gostando não apenas desses, mas também encomendando por fora alguns outros projetados pelo Nailton e o Erick

No que diz respeito aos números compilados no fascículo, à primeira folheada, não há dúvidas que o conto mais emblemático é exatamente o que ostenta a capa. Isto é, a surrealíssima passagem de Victor Von Doom e Tony Stark por Camelot, lisergicamente imaginada por Bob Layton, David Micheline e John Romita Jr, que, felizmente não foi esquecida e teve lá sua bela moral da história reproduzida em alto e bom som naquela inesquecível Confissão

Por fim, para encerrar essa transmissão, gostaria de convidar os Escapistas Dogg e Marlo para que tirem também os plásticos de suas aquisições. 

É isso! Desliguem, leiam quadrinhos. E se beberem, não esqueçam as drogas!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

O Capitão América da Abril Comics

Voltando um pouco a fita... março de 1964. Marvel congelando e descongelando o Capitão América para integrá-lo aos Vingadores (em The Avengers #4) e justificar o fato dele não ter envelhecido desde a 2ª Guerra. Único inconveniente: todas as aventuras solo do Cap publicadas desde o fim da Guerra, ainda pela Timely Comics, até serem descontinuadas em meados dos anos 50, pela Atlas Comics.

Parte desse rebu cronológico foi sendo reparado em prestações a perder de vista, com retcons de personagens obscuros se passando pelo Capitão América para "manter a chama viva" durante o seu gap de 20 anos. Tudo pelas mãos de vários autores em diferentes épocas e cenários e sem conexão aparente entre as premissas. Uma solução que é a cara da Marvel, esse ferro-velho das ideias.

Lendo o belo texto do Luwig sobre os almanaques da Abril e a citação ao Sérgio "Figa" & o Clã das Tesouras Voadoras, me veio à memória um caso até sui generis dentro do mesmo embróglio. Trata-se de uma pérola publicada em Capitão América #77 (outubro de 1985).

Uma enorme e reluzente pérola trash.


Na tentativa - repito, tentativa - de sintetizar todo esse rolo envolvendo os falsos Capitães, os editores da Abril, sempre alegres e criativos, extraíram pedaços de HQs escritas por Stan LeeRoy ThomasRoger Stern e Steve Englehart e costuraram tudo como se fosse uma única história original. Sem hesitação, sem medo, sem preocupação com a defasagem cronológica de uma página para outra.

O resultado foi um verdadeiro Monstro de Frankenstein chamado "A Saga dos 4 Capitães América".

Behold!

Só Uatu mesmo pra explicar

Da mesma forma que o meu camarada velho de guerra, quando molequinho eu também tinha alguma ciência sobre os cortes nos formatinhos. Um pouco pela continuidade muitas vezes bipolar das narrativas, outro pouco graças a conhecidos que sabiam inglês e colecionavam os tão inace$$íveis comics.

Mas eu nem ligava. Tudo era sublimado pela diversão.

Contudo, mesmo meu rasteiro nível de exigência da época não deixou de notar a peculiaridade daquele gibi. Desconfio que tenha sido por causa dos desenhos, variando sutilmente entre Jack KirbyJohn ByrneFrank Robbins e John Buscema...


O turno do Frank Robbins começou logo após o do Rei e ele saiu no preju...

O mix de retcons antigos com retcons mais recentes e histórias clássicas completavam o feeling de chinelagem editorial. Mas os criadores da Abril ficaram tão orgulhosos de sua criatura que, não satisfeitos, a republicaram em Marvel Especial #10 (dezembro/1990), edição comemorativa dos 50 anos do Capitão.

Durante a faxina cada vez mais sazonal da minha modesta coleção, me surpreendi ao descobrir que tenho ambas. Acho que sou um fã.


De diferenças, a ME trazia de bônus 3 histórias clássicas do Cap na íntegra - e originais!! -, além de consertar algumas daquelas velhas esculhambadas de impressão dos formatinhos...

 

...e finalmente oferecer uma introdução explicando a natureza do Monstro. Quem é, o que quer, de onde veio, pra onde vai.


Marvel Especial era dedicada a republicar arcos e sagas queridas do público, como uma espécie de "hall of fame" da época. Mas nunca teve a honra de lançar um material tão... tão... Abril.

Claro que o fato de ter sido a última edição da revista foi mero acaso...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Saudades do tempo da mordaça


Outro dia, conversando com o Escapista Marlo discutíamos como anda difícil acompanhar o noticiário nerd sem tomar na cara um spoiler tamanho G(alactus). Na maioria dos casos esses fatos decorrem não por culpa dos redatores das notinhas, mas porque, dadas as somas vultosas que estão em jogo, cada vez mais a própria indústria do entretenimento assim o deseja, trabalhando para suplantar eventuais riscos e crises existenciais de última hora. 

Logo, foi-se o tempo em que o periodista ia à cata de furos bombásticos; "fotografias dificílimas" em ângulos ou fontes improváveis nos bastidores ou, se muito, pilotos "supostamente" vazados; ou, quem sabe, "informações desencontradas" sobre quadrinhos que só chegariam às bancas, com sorte, daqui a um ano, um ano e meio; e como esquecer os saudosos e minúsculos teasers em baixíssima resolução da era pré-You Tube, que ocupavam metade do HD, só eram vistos com alguma dignidade nos próprios cinemas e não entregavam toda a trama do filme?

Na realidade, hoje tudo é tão bombástico e explícito que na ânsia por garantir o prêmio na reta final, os próprios estúdios acabam sabotando a experiência do público-alvo¹ e, como consequência, viciando a audiência em spoilers. O que nos leva ao corajoso videocast do Omelete, reproduzido mais acima. Uma espécie de desabafo, sobretudo, do cozinheiro Érico Borgo que convenhamos, é a força motriz daquela revista eletrônica. 

Chega a ser infame dizer isso, mas o que viria bem a calhar numa hora dessas seria a boa e velha mordaça. E por falar em mordaça, estreou no último domingo (24/05) na HBO, Magnífica 70, uma fascinante série nacional que, ao longo de seus treze capítulos, abarcará uma narrativa sobre a Boca do Lixo, uma área extraoficial do centro de São Paulo que ficou conhecida como um polo da indústria cinematográfica brasileira. 


Me anima um programa com selo de qualidade HBO, se debruçando sobre uma temática tão obscura quanto a produção autoral da Boca nos anos 1970, conhecida por filmes de baixo orçamento com forte teor erótico em comédias, dramas, policiais e, claro, as famigeradas pornochanchadas. Foi nessa região que surgiram "subversivos" como Walter Hugo Khouri, responsável por uma ou outra pérola que você certamente já ouviu falar. 

¹ Após Vingadores: Era de Ultron, fiz um juramento solene comigo mesmo: nunca mais, nunca, nunca mais, voltarei a ver trailers do Marvel Studios ou congêneres. Um teaser com menos de um minuto, basta.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Função Social

Dogg tocou um ponto nevrálgico naquela sua última microoperação resgate”: a função social dos quadrinhos digitalizados, os scans. Expatriando dos Escapistas discussões mais filosóficas, sociológicas ou mercadológicas, por sinal, tópicos esses já efusiva e exaustivamente debatidos em várias outras bodegas virtuais, o fato é que, tal como o dono do BZ, quando o leitor redescobre um material que julgava perdido nos confins da memória, e casa que esse título estava até então inacessível tanto físico quanto virtualmente, a breve “folheada” naquele scan parece defraudar mais infos sigilosas que o Juiz Sérgio Mouro seria capaz numa eventual 444ª fase da Operação Lava Jato

Enfim, duas confissões: 

(1) Tenho um enorme apreço pelas minhas lembranças, tão valorizadas por mim que chego ao ponto de sequer desejar reler ou rever aquele quadrinho e filme que me foi – e é! – tão caro. Traduzindo, sim, eu compro e recompro litros e mais litros de colírios para os meus olhos, mas prefiro enfrentar uma cirurgia de catarata a ter que usá-los – ou relê-los. Isto é, a magia ficou ali, em algum ponto da década de 1980, naquelas Superaventuras Marvel. O mesmo argumento serve para o Quarteto Fantástico de John Byrne. Isso é tão sério que, acredite se quiser, tenho os quatro volumes dos Maiores Clássicos pela Panini, todos com seus respectivos invólucros inviolados. Sei que o dia em que romperei aqueles plásticos vai chegar, mas gosto de pensar que ainda tenho uns bons anos de lucidez pela frente – sobriedade¹, jamais! 

¹ A propósito, Dogg, dia desses comprei duas caixas de litrão da Sul Americana em promoção numa megastore recifense, e devo dizer: que cerveja, meu amigo! 

(2) Os anos me fizeram dar um passo atrás quanto a fúria retroativa que a minha geração – dos trinta e poucos? – passou a sentir, após o advento dos scans, pela “foice” do SérgioFigaFigueiredo nos anos dourados do formatinho da Abril Jovem. Na verdade, hoje em dia, eu teria o maior prazer de emborcar algumas Sul Americanas com o famigerado ex-editor-chefe da linha de super-heróis do Seu Civita. Meu papo etílico-retro-imaginário começaria trazendo à tona uma coleção que, já naquele tempo, sabia de seus cortes, mas as julgava de excelente qualidade. Falo das irrepreensíveis Marvel Saga e Marvel Especial, espécimes de “proto-encadernados” das versões ostentação que os reles mortais do século XXI refestelam-se no cotidiano tão fartamente, mas outrora tão raros e bem-vindos pela plebe do século XX. 
 Dentre eles, alguns ainda seguem intactos no meu acervo como legados para minha prole indigna, em especial (?)
 - Marvel Saga #2: O Julgamento de Reed Richards e Galactus → Provavelmente minha história favorita do Quarteto Fantástico. E detalhe: não credito o pináculo da engenharia de cortes ao nobre Figa, mas ao próprio John Byrne, o responsável pela edição em comento, que teve a façanha de transformar nove edições esparsas em um único livro com início, meio e fim. Por outro lado, mesmo estando a coisa toda já “cortada” na própria fonte, a foice do Figa tinha vida própria. Bom, curiosidades à parte, foi também nessa MS#2 a primeira vez que experimentei esse lance que anos mais tarde descobri que se chama “metalinguagem”. 
 - Marvel Saga #3: A Saga de Proteus e #5: A Caçada a Wolverine e a Morte do Guardião → Em MS#3, após ser submetida a uma bateria de exames pela Dra. Moira MacTaggert na Ilha Muir, Jean Grey - a então, hospedeira da Força Fênix - recebe uma visita dos X-Men que acaba se tornando uma das mais árduas missões dos pupilos de Charles Xavier: lidar com Proteus, um mutante ômega capaz de manipular a realidade e que era, na verdade, o próprio filho da médica escocesa. Resoluta, MacTaggert sabe que o filho está além de qualquer redenção ou contenção e só a morte poderia salvar Edimburgo do massacre certo. Ato contínuo, em MS#5, uma curiosidade: para os neófitos, a chamada da capa entregaria um dos finais mais ingratos e dramáticos já concebidos nos quadrinhos marvetes, o destino final de James Macdonald Hudson, o Guardião
 - Marvel Especial #9: Capitão América e os Maiores Confrontos com a Hidra → Essa compilação não reunia apenas os principais entreveros entre Steve e os terroristas do Barão Von Strucker nas décadas de 1960-1970, mas também a nata das equipes criativas do período, lendas como Stan Lee, Jim Steranko, Gary Friedrich, John Romita, Gil Kane ou Sal Buscema. Só a icônica página reproduzida acima falaria por si só, mas Steranko não é um hors concours de uma imagem só e conta ao seu favor outros quadros inebriantes como aquela origem secreta da Víbora, também reproduzida na edição. 
 Contudo, em outubro de 1986, eu tinha apenas cinco anos de idade e apenas engatinhava no abecedário e, lembro-me bem, que possuí essa Marvel Especial #1: Homem-Aranha vs. Duende Verde. Infelizmente, ela não sobreviveu a minha infância, mas as lembranças, sim. O que me faz voltar a ora comentada função social dos scans, na qual um quadrinho digitalizado pode importar para um velho leitor o acesso a memórias que julgava perdidas e resgatadas psiquicamente graças ao desprendimento de um bucaneiro benfeitor. No meu caso, o interesse da edição em comento surgiu quando vi na estante de uma loja de colecionáveis... 
 ...e momento$ depoi$ a vi na minha própria estante: 
 Materializar a presente imagem – Amazing Spider-Man #39 – no seio do lar me reporta um tempo em que uma mãe solteira fazia o diabo para colocar comida no meu prato e, no final do dia, ainda reservava alguns poucos instantes lendo livrinhos de contos de fadas antes que o filho dormisse. Para todos os efeitos, Marvel Especial #1 pode ter sido o primeiro quadrinho de uma criança, e sequer lido por ela, mas sim - após muita insistência do garoto - em fragmentos por uma mãe. 

Fragmentos esses que, mesmo depois de três décadas, ainda soam chocantes: o arquiinimigo desvelando a identidade secreta do super-herói

É isso... Orgulho Nerd é inato! Feliz dia do nosso dia!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Velocidade de Escape

Pode tocar no chão! Consegue sentir? As marcas de frenagem ainda estão aí, bem quentinhas e, sim, tal como o título do season finale de The Flash, Barry Allen foi “rápido o bastante” (Fast Enough, S01E23). Isto é, ele não apenas foi capaz de sobrepujar o tão perseguido Mach 2 (ou 2.450 km por hora), mas também concretizar o que a esmagadora maioria dos leitores de histórias em quadrinhos deseja: que seu sonho de abolir as diferenças entre o idioma transcrito nas suas revistas seja traduzido, ipsis litteris, em uma adaptação live-action

Não que Greg Berlanti e Andrew Kreisberg tenham chegado ao fac-símile onanisticamente cobiçado pelos fãs xiitas, que, por sinal, não só seria impraticável, mas também, se é que remotamente a hipótese fosse possível, no mínimo, simular que aquele personagem não foi formatado conforme as necessidades dos discursos, a pontualidade das tendências da indústria cultural e os caprichos legítimos do copyright

Ao refletir um pouco acerca da mitologia dos velocistas escarlates, o leitor vai chegar a conclusão de que a Família Flash sempre esteve à frente do seu tempo, haja vista que desde os seus primórdios – ou, mais especificamente, a partir da transição Garrick/Allen perpetrada por Gardner Fox, marco zero da Era de Prata dos Quadrinhos – foram estabelecidos noções atreladas ao simbolismo/legado, e que hoje são tão corriqueiras em qualquer franquia/universo. E reside exatamente aí o motivo que me orgulha esse seriado, quer dizer, a “substânciaque compõe(m) o(s) Flash(es) esteve lá o tempo inteiro, íntegra e tão inocente quanto à fórmula do original. Mas o que isso quer dizer?
 O Flash é o mais próximo que a DC Comics teria de um “Homem-Aranha”, tanto no paralelo entre perfis e tragédias que engatilham suas respectivas veias heroicas quanto na diversidade de vilões emblemáticos que compõem suas “galerias”. Mas ainda diria que o Flash possui uma característica marvete típica do Demolidor, que o tornaria – qual seria a palavra? – um “azarão”? Um super-herói que nunca foi sucesso de público e exatamente por correr pelo “acostamento”, sempre atraiu equipes criativas com liberdades criativas com rédeas mais soltas que as dos medalhões. Poderia citar dinossauros como Robert Kanigher, Cary Bates ou Dennis O'Neil, mas sou filho da geração Mike Baron, William Messner-Loebs, Mark Waid, Mark Millar/Grant Morrison e, claro, Geoff Johns.
 Aliás, é bem verdade que todos os citados têm lá suas parcelas de culpa no sucesso do Flash da CW, mas, pessoalmente, vejo a passagem de Geoff Johnsnos roteiros de Wally West – como o grande responsável pela linguagem do programa, sobretudo quando teve êxito em traduzir e sistematizar todo o background estabelecido por seus predecessores ao longo da trajetória do título. Portanto, o Barry Allen de Berlanti/Kreisberg, vivido por Grant Gustin, é nada mais que o Wally West de Baron/Messner-Loebs/Waid/Millar/Morrison/Johns

Ou, vá lá, é um Flash diferente de qualquer outro, uma vez que ao regressar ao passado, Eobard Thawne criou uma cadeia de eventos distinta da que conhecemos – alterando a origem do velocista escarlate canônico? Loops temporais à parte, na minha ótica, a força de alguns elementos presentes ao longo dos vinte e três capítulos eclipsaram qualquer vício amoroso, procedural ou filler, quais sejam:
 - A formação gradativa e natural da Galeria de Vilões, com destaque para a escolha inspirada de Wentworth Miller para interpretar Len Snart, o Capitão Frio. O tom de escárnio utilizado pelo ator, impostando a voz para ridicularizar e sacanear sucessivas vezes o Flash, foi qualquer coisa de genial e responsável pelo maior fanservice do seriado: a oficialização do acordo em que herói e vilão permitem-se ser peões de um jogo de gato e rato, desde que não haja fatalidades. Mais quadrinho que isso, impossível!
 - Cisco Ramon foi uma grata surpresa, abraçando despudoradamente ao clichê do amigo geek e imaginativo, construtor dos principais gadgets. A proximidade quase que paterna de Wells/Thawne com o engenheiro também conferiu uma carga extra de complexidade ao personagem, que por pouco não o “trespassou” naquele pequeno épico chamado “Out of Time” (S01E15). A revelação de seu dom metahumano deve ser seu principal arco dramático no segundo ano e, cá entre nós, que sacada genial: “Você pode ver através das vibrações!”.


A propósito, casting pra lá de espirituoso... Tema de Firefly? Vocês querem me matar?
 - Ironicamente, ao conferir fragilidade e vigor, otimismo e culpa católica na medida certa, o Barry Allen de Grant Gustin acabou se tornando – quem diria – o vislumbre de um “Peter Parker” perfeito. Algo que, verdade seja dita, só foi possível graças à interação com o seu próprio “Norman Osborn”, isto é, o Dr. Harrison Wells/Eobard Thawne, uma pintura de “herói de sua própria história”. Uma salva de palmas, por favor, para Tom Cavanagh? Sim, sim, ele merece. Não espalha, mas cheguei a torcer pelo “Homem de Amarelo! 


- Mas que diabo foi aquele “eu sou seu pai”? Caiu uma lágrima! 

Por fim, em tempos cínicos e heróis cínicos que custam a assumir suas cores, em realidades nas quais o impensável é a primeira alternativa dos personagens, fico feliz em ver que, ao menos na CW, um Barry Allen deixou de lado seu maior desejo para seguir em frente. 
 E é para frente que se anda corre!

Akira através do espelho


E é de fato Do Caralho a notícia (velha) que a JBC irá republicar Akira no Brasil. Porém, o aspecto mais comemorado pelos puristas, pra mim, tem sido um dilema.

O formato p&b nunca foi problema, mas investir num calhamaço de leitura invertida é tenso. Pela 1ª vez, me vejo na torcida por algo que distorce a concepção original de um quadrinho.

De qualquer modo, vale relembrar a trajetória da versão ocidentalizada lançada pela editora Globo no excelente artigo do Universo HQ.

Ah, se eu pudesse...

Tetsuuuoooooo!!!

Em busca da suástica perdida

Quando era muito novo, um amigo me deu um gibi do Capitão Marvel caindo aos pedaços, faltando folhas, sem capa e com arte-final "melhorada" na base da Bic. Enfim.

Foi uma das primeiras HQs que folheei na vida e, portanto, me marcou. A arte fabulosa e expressiva da época, as histórias nonsense do Capitão, Mary Marvel, Mulher-Bala e o Senhor Cérebro (a minhoca inteligente com um radinho), mas, principalmente, uma aventura do Capitão Marvel Jr. enfrentando o Capitão Nazi, vilão clássico da família Marvel.

Tive uma grande surpresa muitos anos depois, quando vi uma imagem do Nazi com a tradicional suástica estampada. Tinha a nítida impressão que o emblema do uniforme do Nazi que vi naquele gibi antigo era uma elipse totalmente preta, sem a suástica-raison d'être do fulano. Ou será que me enganei?

Sem a revista (que virou pó), sem referências, sem internet, joguei a questão pro almoxarifado, sem devolução. Mas graças a Ditko pelo Luwig, pelo Marlo, pelos Escapistas!

Estava catando referências para um post vindouro (o quão vindouro, não sei) e destrinchando lá a World's Finest Comics #258, de agosto/setembro de 1979. E dá-lhe Superman contra o Batman, Raio Negro contra a tensão racial, Arqueiro Verde contra a tensão social e toda aquela refestelância pseudo-política da Era de Bronze, quando chega a conclusão, numa aventura do Capitão Marvel Jr. enfrentando o Capitão Nazi...

Foi como rever um velho amigo que te deve duas rodadas de Sul Americana.

A história, ingênua como só a turma de Fawcett se permite ser, foi como uma suave brisa camp em meio ao clima brabo de pós-Vietnã que imperou na edição. Mas o principal é que foi o ponto de partida pra que eu acabasse com aquela antiga dúvida.

Felizmente, o que antes seria um pesadelo insolúvel - achar a edição nacional de uma historinha curta com referências próximas do zero - hoje é sopa no mel. Uma rápida triangulada no essencial Guia dos Quadrinhos e uma consulta ao fantástico Guia EBAL resolveu a questão.

E criou outras!





A HQ Shazam! O Livro do Ano de Super-Heróis 1981, foi publicada pela EBAL em, duh, 1981. O presidente João Figueiredo entrava em seu 3º ano de governo. A Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) ainda estava com suas tesouras famintas. E um personagem de revista infanto-juvenil estampava orgulhoso uma suástica no peito.

Ainda hoje é notável os culhões de titânio da EBAL em publicar a história, mesmo com a maquiada sambarilove.

E foram curiosas também certas escolhas da tradução.


Na mesma página, onde o conceito de eugenia ariana escapa ileso, provavelmente por ato falho, o termo "führer" é suprimido, bem como as reclamações sexistas proferidas pelo Cap Nazi, típicas das HQs da época.

Em suma: nazismo não. E machismo também não!

O lendário Adolfo Aizen, dono da EBAL e russo naturalizado brasileiro, certamente teria um causo imperdível dos bastidores dessa história.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Prólogo para o epílogo


A proximidade do fim de Fábulas causa iguais pesar e alívio. Ao longo das 140 edições já publicadas no Brasil pela Panini Comics, em 20 encadernados, Bill Willingham sempre demonstrou qualidade acima da média e foi verdadeiramente genial em determinados momentos (entre os quais destaco os impecáveis volume 6 - Terras Natais - e 10 - O Bom Príncipe). Isso não evitou que o cansaço e a repetição dessem o ar de sua graça em algumas edições. Que bom, então, que o fim esteja próximo (mais especificamente, mês que vem, quando sai nos EUA a edição original nº 150).

Da última vez em que Rosa Vermelha esteve na capa de um volume (o nº 15, que levava seu nome), ela protagonizou uma das melhores histórias deste terço final da saga. Camelot, infelizmente, não repete a proeza. É muita enrolação e pouca coisa acontecendo de verdade. O mais legal está na configuração da nova Távola Redonda, tendo Rosa como figura central e interessantes inversões de arquétipos. Também são plantadas aqui as sementes da vingança do antigo Adversário, derrotado, privado de seu poder e aprisionado desde o final do volume 11.

Esta edição é, basicamente, um longo prelúdio para o grand finale que se desenha adiante. No último quadrinho desta edição, uma legenda avisa que, na próxima edição, "a despedida começa", o que faz crer que a Panini publicará as dez edições finais em dois encadernados. Pouco importa o formato. O que eu espero é que Willingham seja capaz de surpreender, emocionar e dar destinos dignos às Fábulas, em seu derradeiro épico. A série mais longeva da Vertigo e seus fiéis leitores não merecem menos.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Grayskull e os Velhos 52

E falando na gangue de Grayskull, não custa puxar a notícia do ano para os aficcionados: Dark Horse irá relançar os Minicomics, incluindo os primeiros trabalhos de Bruce Timm.

Para o neófito casual, como eu, os minicomics eram uma série de gibis pré-desenho da Filmation produzidos pela Mattel. Neles, todo o cânon de Mestres do Universo (MOTU) ganhava seus primeiros esboços. A gigante dos brinquedos não poupou esforços, escalando roteiristas como Tim Seeley, Gary Cohn, Steven Grant (Justiceiro) e artistas como Mark Texeira, além do Timm fase 1, entre outros.

A coisa toda era substancialmente diferente. Alguns personagens não existiam, como Teela. E He-Man era pouco mais que um Kazar saído de uma caverna. O mais interessante foi a evolução daquilo até a versão adotada pelo desenho clássico dos anos 80. A tal evolução continua até hoje, nos quadrinhos da DC, já se desdobrando num universo distinto daquele que ficou famoso nas telinhas.

Com o passar dos anos, criou-se uma gigantesca subcultura em torno do MOTU. A quantidade de blogsfóruns e sites dedicados é assombrosa. Conheço pouco desse underground, mas pelo menos já sei o que era aquela Teela com um adorno de serpente na cabeça.


A quantidade e a qualidade do material é generosa e as histórias de bastidores são bem interessantes, mas geralmente seus colaboradores são bem... digamos... ferrenhos... dedicados... apaixonados... ou qualquer outra palavra que substitua aquela menorzinha mais efetiva. Portanto, se for se aventurar pelos becos sombrios de Etérnia, cuidado.

E jamais, jamais discuta sobre a qualidade duvidosa de uma HQ do He-Man levando em conta somente sua natureza quadrinhística...

Pelos poderes de Kirby!

DC Universe vs Masters of the UniverseHe-Man and the Masters of the Universe... em meio à celeuma dos revamps do universo do He-Man pela DC ao longo dos últimos anos, algumas boas sacadas eventualmente se destacaram. Mas nenhuma foi tão engenhosa quanto a de Keith Giffen, no tie-in Masters of the Universe: Origin of Hordak.

Para contar a origem do vilão máximo da franquia, o sujeito emulou o traço do mestre do universo Jack Kirby. O resultado da combinação foi simplesmente fantástico.

Como é que ninguém nunca pensou nisso antes?

 
 

Ambos têm tudo a ver. Várias cenas parecem situadas em pleno Apokolips, Zodac (cá pra nós, bisneto do Metron) está os cornos do Orion e Hordak parece um bastardo do Darkseid com um Deviante. Fora a conexão óbvia de universos onde magia/tecnologia e primitivismo/futurismo colidem o tempo inteiro.

Quanto ao roteiro, também do Giffen, basta dizer que ele foi bem ousado, mas sobretudo coerente. Sempre achei o bordão "Eu Tenho a Força" meio tirânico...

Doce regresso

Desgostoso com a DC? Ainda indignado com os Novos 52? Mortalmente cético sobre Convergence?

Mas, principalmente, querendo saber por anda aquele Clark que você conhece e curte?

Eis a solução para o seu problema...


Finalmente bateu a coragem e saquei uma edição de As Aventuras do Superman da seção de gibis infantis de uma banquinha. Felizmente fiz isso, pois me deparei com um revistão! - ainda que, no caso, seja formatinho.

O que me fisgou primeiro foram os traços. Todos variações bem próximas da arte de Bruce Timm nas séries animadas do Clark, do Batman e da Liga. Que por sua vez, já era uma variação direta das matrizes clássicas do rei Jack Kirby.

Uma beleza só.




Em As Aventuras do Superman #9 (Abril), os desenhos são feitos pelo experiente paulista Aluir Amancio. Além das histórias do Azulão, o mix também conta com aventuras solo do Ajax, da Poderosa, do Aquaman e da Liga nos traços de John Delaney.

O clima é logicamente mais leve que o da linha normal - mesmo pré-Novos 52 - e os roteiros são infinitamente mais simples e fluídos. E por isso mesmo é que funciona tão bem. Histórias de uma época remota quando heróis eram realmente heróis, mas sem aquela ingenuidade de outrora.

Nada de muita novidade para uma linha que já teve gente como Mark Millar, Scott McCloud e Ty Templeton no roteiro. Uma excelente surpresa e diversão garantida.

Não faço ideia de como ou porquê a Abril seguiu adiante com esses formatinhos da DC. Mas no momento é a tábua de salvação pra quem sente saudades do bom e velho Clark.

Claro que nem tudo é perfeito.


A Abril e suas condições...