quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Homem ao mar (de HQs)!


Ao contrário do que podem estar dizendo, eu estou vivo e gozando de boa saúde. Não esqueci que sou um Escapista, mas não tem havido tempo sequer para cuidar a contento de meu blog pessoal, o Catapop (falando nisso, tá rolando uma promoçãozinha por lá. Participe, vai que você se dá bem nessa, né?).

Daí que hoje eu estava pensando nessa tsunami quase diária de lançamentos de HQs, com coisas que eu quero e coisas que eu deveria querer, mas ainda não tomei consciência - exceto pelos esforços do colega Escapista Luwig, via WhatsApp. Fui criado com HQs de heróis e só aderi à Vertigo na era Panini; então, obras autorais fora destes eixos enfrentam certa resistência na minha lista de compras (embora isto esteja, aos poucos, mudando).

Cara, concordo com quem diz que esta é uma época maravilhosa para ser nerd, mas apenas se eu puder ser um nerd rico (e, hoje, eu não sou). Estou cortando um dobrado pra escolher o que comprar. Minha lista de mensais é uma pálida sombra do que já foi e eu me recuso a pagar por alguns encadernados o que é pedido por eles. O problema é que esperar por promoções pode resultar em fim dos estoques (e isso pra não falar da distribuição ocasionalmente errática).

Veja, por exemplo, a odisseia que foi minha compra do sexto volume de Preacher. Primeiro, a Panini anunciou o lançamento quase simultâneo de três volumes (4, 5 e 6), o que já complicou minha vida logo de saída. Seguindo minha política, esperei que eles entrassem em promoção e não demorei em adquirir o quarto e o quinto volumes, mas cadê que eu achava o sexto pra comprar? Entenda, não é que eu não encontrava barato pra comprar: eu, simplesmente, não encontrava o livro à venda!

De repente, pintou uma reposição de estoques, mas o preço cobrado era sempre o bruto, R$ 62. Quando eu já me preparava para baixar as armas, achando que era isso ou ficar com um buraco na coleção, eis que rolou uma queda de preços e eu paguei, já com frete, R$ 46 pelo meu exemplar. Agora, é buscar o terço final da saga de Jesse Custer.

Aí, eu fico vendo esse monte de coisa saindo e meu coração se aperta. Estou atrasado com minha coleção do Batman de Grant Morrison (parei no Descanse em Paz), não sei se ainda vou ter saco (ou $aco) pra correr atrás dos livros do Lanterna Verde de Geoff Johns ou do Capitão América de Ed Brubaker... E, não, não, NÃO, eu não vou dar R$ 158 no Superman de Grant Morrison! Tem que rolar desconto significativo pra TUDO, ou eu não compro NADA.

As coleções da Salvat (Marvel) e da Eaglemoss (DC) esbarram no custo elevado para coleções tão grandes, das quais muitos volumes já tiveram edições individuais mais vistosas lançadas antes, enquanto outros não são dignos de figurar em antologias desse tipo. Menos mal. Além do mais, me nego a ser chantageado por aquelas lombadas decoradas, formando painéis.

Para piorar, a Panini parece totalmente empenhada em satisfazer nossos sonhos mais molhados. Gotham DPGC, Homem-Animal de Grant Morrison, Promethea, a reimpressão Deluxe de Y - O Último Homem. Quando eu deixo de adquirir qualquer dessas coisas que desejo muito, um pedaço de minha alma nerd amolece, apodrece e cai. Porém, já entendi e me conformei: não dá pra ter tudo, por causa desse meu péssimo hábito de comer e pagar contas.

E olha que eu nem estou metendo na conta CDs, DVDs e blu-rays, por mais que isso me faça parecer um velho agarrado a antigas tecnologias. Da mesma forma que as HQs, esses itens só entram na minha estante com a devida depreciação. Bem que eu queria montar minha coleção de blu-rays dos filmes da Marvel, por exemplo, mas não com a Disney cobrando preço de lançamento por filmes de 2 ou 3 anos atrás, coisa que gerou um organizado boicote que eu assinei.

Apesar do queixume, não é como se eu não estivesse comprando nada, ok? Dificilmente eu pararei por completo com as HQs, visto que elas ainda estão entre minhas formas preferidas de lazer. Tô fazendo minhas compras e lendo o que posso, nem sempre com o devido foco, mas o que quase sempre me sobra no fim do dia de trabalho não é tempo - é cansaço.

O cansaço é tanto, que eu estou perdendo o foco agora mesmo. Com tudo que eu disse aí acima, o que eu quero saber é se vocês concordam que o mercado corre os risco de sobrecarga e subsequente estagnação, devido a essa "primavera dos encadernados" atualmente vivida por aqui, visto que já tem leitor dizendo que não compra mais mix pra esperar pelos livros. Cá pra nós, eu acho que o fiasco em uma ponta dessa corda tem muita chance de provocar colapso na outra.

Pretendo voltar em breve, com um novo "Tirando do Plástico". Só não me pergunte exatamente quando. Abraço!